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Como surgiu a profissão?

Egito



Desde a época do Antigo Egito, há aproximadamente cinco mil anos, a profissão de barbeiro e cabeleireiro já existiam.  Nessa época, a barba tinha diferentes conceitos e surgiram perucas sofisticadas, as quais mostravam a habilidade dos cabeleireiros, que gozavam de grande prestígio na corte dos faraós. Ainda não havia um ambiente específico para praticar os cuidados com os cabelos, a barba e o bigode e realizar a manutenção das madeixas postiças, no entanto os barbeiros viajavam para atender seus clientes carregando uma cesta com os apetrechos necessários.

O arsenal empregado nesses cuidados (escovas, tesouras, loções de tratamento, etc.) era guardado em caixas especiais, luxuosamente decoradas. O principal instrumento para depilar os pelos da face era uma lâmina semelhante a um machado com o cabo arqueado. 
Além da ocupação tradicional, por ser um sujeito viajante, o barbeiro levava as histórias e os acontecimentos que vivenciavam e ainda oferecia o serviço de curandeiro.

Grécia



Já na Grécia Antiga, surgiram os primeiros salões de cabeleireiro (koureia), construídos sobre a praça pública, os Kosmetes ou "Embelezadores de Cabelo", escravos especiais, circulavam soberanos. Os escravos cuidavam dos homens e as escravas das mulheres. Vemos que os cabelos, em particular, tiveram o privilégio de um espaço próprio. No século II AC, na Grécia antiga, para encontrar um verdadeiro penteado requintado era conveniente dar asas à imaginação e ir até ao topo do Olimpo: espaço reservado aos deuses e deusas. Os penteados ostentavam algumas sobriedades e fantasias, prevalecendo os cabelos louros, frisados, com caracóis estreitos e discretos, com franjas em espiral. 

O cultivo da barba se tornou mais usual por conta dos grandes filósofos e estudiosos aderirem ao visual com barba. As barbearias foram instaladas dispondo apenas de bacia de água, navalha e cadeira, porém já era um local de socialização que oportunizava longas Conversas sobre política, esportes e eventos sociais e até bebedeiras entre os homens. Enquanto estes eram barbeados, faziam ondas nos cabelos, manicure, pedicure e recebiam massagens. Nessa fase, a ferramenta utilizada para aparar os pelos foi reinventada, sendo elaborada com pedras e cascos de ostras. Surgiram também os primeiros cremes e pomadas para barbear, que foram produzidos a partir de ervas e óleo de oliva. Diferentemente dos dias atuais, naquela época, a navalha e os outros instrumentos eram utilizados diversas vezes antes de serem higienizados.

Os cabelos eram principalmente espessos e escuros e eram usados longos e ondulados. É nos afrescos de Creta que o rabo-de-cavalo usado pelas mulheres aparece pela primeira vez. Os cabelos loiros eram raros e admirados pelos gregos e ambos os sexos tentavam descolorir seus cabelos com infusões de flores amarelas. As barbas, verdadeiras e falsas, continuaram populares até o reinado de Alexandre o Grande. Ainda na Grécia antiga, a moda dos cabelos se mantinha por dois a três séculos. 


A mudança era mais rápida na Roma Antiga, onde as esposas dos soberanos eram os exemplos, sendo seguidas por todas. A essa altura, no Império Greco-Romano, gregos e gregas faziam os cabelos dos romanos e penteavam as romanas. Nesses salões, discutiam-se novidades e propagavam-se as fofocas. As barbearias continuaram sendo instituições sociais, tendo um grande número de barbeiros que prestavam seus serviços nos mercados e casas de banho públicas. Os cidadãos prósperos ofereciam aos seus convidados os serviços dos seus barbeiros particulares. Os cabelos e a barba eram ondulados com ferro quente. Muitas poções eram usadas para prevenir a queda dos cabelos e o seu embranquecimento. O estilo de cabelo mais popular entre os homens era curto, escovado para a frente e com ondas. As mulheres usavam o cabelo ondulado, repartido no centro e caindo sobre as orelhas. Se antes existiam particularidades regionais, a partir de Luís XIV, a moda francesa dominou todas as civilizações. No começo do século XVIII, as mulheres casadas usavam uma touca para esconder os cabelos e somente o marido delas poderia ver seus cabelos soltos. Maria Madalena, a pecadora, foi sempre representada com cabelos longos e soltos, ao contrário das Santas, que usavam toucas ou presos. Jornais de moda, nos séculos XVIII e XIX, divulgavam os estilos por toda a Europa. Seguia-se o exemplo das casas reinantes de Paris e Viena, e também de todas elites européias. Os primeiros cabeleireiros para senhoras foram os Coiffures parisienses, Leonard, Autier e Legros Rumigny, que prestavam seus serviços à Rainha Maria Antonietta e recebiam altos salários. Contudo, foi no século XX que a moda dos cabelos aliou-se à tecnologia . A pesquisa científica sobre cabelos começou quando a higiene pessoal se tornou um meio de prevenir o acúmulo de piolhos e sujeira, que ficavam escondidos sob as perucas, pós, perfumes e poções que vinham sendo usados pelo homem. No início do século apareceram os salões de beleza para mulheres, os quais não serviam apenas para cuidar dos cabelos, mas eram um ponto de encontro como as barbearias na Grécia Antiga.